Itamar Marcondes Farah

Atendimento Terapêutico

Há algum tempo...

minhas observações apontavam para a necessidade  de um trabalho específico para estas crianças  que pudesse  favorecer de alguma forma, uma melhor estruturação da personalidade. 

A questão ficou mais evidenciada  quando  a capacidade de se relacionar em grupo começou a sofrer prejuízos em função de alguns sintomas peculiares desenvolvidos pelas crianças.

Eu os definiria como: compaixão ou protecionismo excessivos, invasão em relação aos colegas com deficiência, imitações, agressões, rejeições, com olhares e posturas  que pareciam denotar medo.

Os questionamentos vinham por todos os lados : 

Profissionais, pais, equipe auxiliar, estávamos sem um caminho...

As perguntas mais frequentes eram : "- As crianças normais vão ser prejudicadas ?... Eles vão imitar os colegas com deficiências?...  Como lidar com limites com as crianças com deficiências ?...Tal criança não consegue fazer a lição, como fazer?... O que fazer quando brigam ?...  Como falar que tem um colega que é diferente, especial?

Melhor não falar ???

Eles vão entender? As crianças com deficiências que tem muitas dificuldades, não vão ficar frustrados por não conseguir realizar algumas coisas?...Tem pais que não aceitam, eles vão tirar o filho da creche ?

Não entendo nada de crianças com deficiências ! Não fiz essa escolha ! 

ou 

Não sei trabalhar com normais... 

ou 

Estou acostumada a trabalhar só com crianças com deficiências.."

Como saber até onde ir ? Quanto exigir dessas crianças?"

 

E as crianças ??? Algumas perguntas que eles faziam...

 

Beto

  "- Por que ele é assim tia? 

 

 

"Quem fez isso com ele?

Teo

 

 

Juju"Ele está com a perna quebrada, não é? Por que você não ”conserta” ele?"

 

 

 

Mila

ou 

"Ele é doente? é louco ?"

 

 

 

 

Talita

"Por que você não leva ele no médico logo????

Assim ele fica bom..."

 

 

Tina

 

 

 

Ele não fala porque não tem dentes, tia...?" 

Zé

 

 

 

 

 

Tata

" Cada pergunta !!! 

Diversas vezes me sentia em apuros tentando responder da melhor forma,  ao mesmo tempo pensava nas crianças com deficiência que estavam ouvindo."

 

Atitudes e questionamentos que pareciam reflexo da falta de compreensão de seus sentimentos e da situação de convívio. Era uma descoberta nova, para todos os envolvidos. Precisávamos conversar sobre os sentimentos, juntos... 

 

Assim, a solução era administrar o tempo , portanto seguimos uma linha de ação, que teria como foco:

  • Priorizar atendimentos individuais das crianças,

  • Supervisionar e dar suporte aos encaminhamentos de crianças para escolas comuns ou outras instituições devido a faixa etária avançada de alguns adolescentes e adultos .

  • Planejar e implementar reuniões periódicas de sensibilização com os pais, ressaltando a importância de comparecerem e serem parceiros

  • Iniciar um atendimento  terapêutico com os grupos de crianças

  • Planejar e implementar reuniões periódicas de sensibilização com equipe de ADIs, para iniciar um treinamento e capacitação, focalizando alguns objetivos:

- Participar e se  comprometer com o processo

- Implementar no dia a dia, o processamento dos projetos

- Desenvolver a competência de atender os pais, quando fossem procuradas.

- Melhorar o relacionamento Interpessoal entre membros das equipes.

Proposta Geral:

  • Trabalhar a inclusão com todos os envolvidos, de uma forma lúdica e interativa .