projeto textos A Pedra no Caminho
Nada de bom pode vir a uma nação dizia ele cujo
povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas
boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria. Uma noite,
enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo
palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que
acontecia. Primeiro
veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para
moagem na usina. Quem já viu
tamanho descuido? disse ele contrariadamente, enquanto desviava sua parelha e
contornava a pedra. Por que
esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? E continuou
reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na
pedra. Logo depois,
um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma do seu quepe ondulava
na brisa, e uma espada reluzente pendia à sua cintura. Ele pensava na
maravilhosa coragem que mostraria na guerra. O soldado
não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento.
Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os
preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada.
Então, ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio
poderia retirar a pedra. Assim correu
o dia. Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra
colocada na estrada, mas ninguém a tocava. Finalmente,
ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora, e
estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho. Mas disse a
si mesma: "Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra
à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho." E tentou
arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e
puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa,
encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu a
caixa. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os
seguintes dizeres: "Esta caixa pertence a quem retirar a pedra." Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro.
A filha do
moleiro foi para casa com o coração feliz. Quando o fazendeiro e o soldado e
todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torna do local na
estrada onde a pedra estava. Revolveram o pó da estrada com os pés, na
esperança de encontrar um pedaço de ouro. Meus amigos
disse o rei , com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho.
Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim
preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A
decepção é normalmente o preço da preguiça. Então o
sábio rei montou em seu cavalo e com um delicado boa-noite retirou-se. Fonte :
Do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Mora
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