projeto
textos
Os
recursos didáticos e a mediação entre o aluno e o conhecimento
Fonte:
Centro de informações
Multieducação
Não
podemos esquecer que o conhecimento não se dá apenas através do texto escrito
ou da fala. Aprendemos através do cheiro, do tato, do gosto. Precisamos
"ler" não somente textos, mas imagens, cores, movimento. Cheirando a
embalagem de um pacote de biscoitos, escrita em francês, língua que não
conheciam, diferentes alunos foram capazes de identificar que o biscoito era de
morango. Os alunos cegos podem perceber os limites da Cidade do Rio de Janeiro
tateando num mapa, em alto relevo, e chegando à construção do conceito de
restinga, de lagoa e baía.
A dificuldade que os professores encontram quando se trata de envolver todos os
sentidos no processo de ensino-aprendizagem, reside no fato de que nós
pertencemos a uma "geração alfabética", isto é, da aprendizagem
através do texto escrito. Somos analfabetos, em geral, para a leitura dos sons,
do gosto, do cheiro, do movimento.
Nossos alunos estão acostumados a aprender, no mundo, através dos sons, de
imagens, de cores. Apreendem através de processos em que existem interações
entre o plano racional e o afetivo. O mundo deles é cheio de cores, imagens,
sons, diferente do espaço monotônico e monofônico da escola.
O raciocínio dos alunos, que vivem imensos neste mundo, não é linear. Envolve
o seu lado afetivo, emocional e o seu lado cognitivo, racional, lógico,
analítico. É por isso, talvez, que eles não se interessam muito pelo que a
escola pretende lhes oferecer.
Para que a escola se transforme num local de produção cultural e de
transformação social, ela não pode se restringir enquanto influência e
interferência rica no universo do aluno
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