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ELES SÃO LEGAIS, MOTIVADOS,
EFICIENTES E NÃO COBRAM NADA POR ISSO
Chame os
voluntários
O americano Kenn Allen, diretor da International Association for Volunteer Effort
e da Civil Society Consulting Group, é um dos maiores especialistas mundiais em
voluntariado. Seu trabalho é convencer empresas, governos e comunidades de que
o voluntariado é um jogo no qual todo mundo ganha. No Brasil, Allen ajudou a criar
as bases para o Programa Voluntários, do Conselho da Comunidade Solidária.
Numa recente visita ao país, Allen falou a EXAME o que funcionários envolvidos
com a comunidade podem agregar à gestão das organizações.
Quais as
vantagens de uma política de voluntariado corporativo?
O benefício número 1 é o fato de a comunidade se tornar um
lugar melhor para viver. É difícil ter sucesso num negócio quando a
comunidade está desmoronando. Outro é que as empresas passam a ter uma força
de trabalho de mais qualidade. Os funcionários que fazem trabalhos voluntários
pela empresa se tornam mais leais, motivados e melhores no que fazem.
O que as
empresas podem aprender com as comunidades?
Podem aprender sobre a vida real. Isso é muito importante, por
exemplo, para fabricantes de produtos de consumo. Se a empresa não conhece a
realidade dos consumidores, pode ter dificuldades. Algumas companhias usam os
voluntários como um radar que indica como a comunidade percebe o negócio.
Qual a relação
entre programas de voluntariado e de gestão?
Em algumas empresas uma coisa faz parte da outra. Na Federal
Express, o voluntariado é uma das formas pelas quais os funcionários
desenvolvem as suas habilidades básicas. Isso porque, quando estão fazendo um
trabalho social, são observados pelos gestores de RH, que avaliam coisas como
postura e desempenho. Outras corporações têm no voluntariado uma forma de
contratar pessoas jovens, talentosas e de destaque na comunidade.
Que qualidades
um bom dirigente de voluntariado deve ter?
Primeiro, uma visão clara da empresa, de seus negócios e dos
seus objetivos. Essa pessoa também deve ser capaz de criar relacionamentos
fortes. Precisa ter vontade e habilidade para lidar com ONGs e lideranças
comunitárias e ter espírito empreendedor.
Como lidar com
o voluntariado num momento em que as empresas, no mundo todo, estão às voltas
com mudanças estratégicas?
Certa vez visitei uma empresa que tinha feito uma redução violenta de
pessoal. Imaginei que o programa de voluntariado tivesse sido abandonado. Na
verdade, ele havia sido reforçado. O discurso da empresa era: "Nós
devemos isso tanto às pessoas que ficaram como às pessoas que saíram".
Um momento de crise acaba sendo um teste do compromisso que a empresa tem com o
voluntariado.
Os executivos
freqüentemente afirmam não ter tempo para fazer trabalho voluntário...
É uma questão de avaliar qual o valor do voluntariado na vida
deles. Nos Estados Unidos, existe uma tendência entre empresas de incentivar
funcionários a envolver suas famílias. Elas sabem que fazem as pessoas
trabalhar demais, e que isso pode resultar em problemas em casa. Por isso querem
ajudar a melhorar o relacionamento entre os familiares. Já apuramos que, ao
trabalhar juntos, pai, mãe e filhos passam a ter uma convivência melhor.
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José Maria Furtado
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